ALADA
ALADA discute futuro do setor aeroespacial com SIMDE e FIESP
A Empresa de Projetos Aeroespaciais do Brasil (ALADA) marcou presença na reunião plenária conjunta do Departamento de Defesa e Segurança (DESEG) da Federação das Indústrias do Estado de São Paulo (FIESP) e do Sindicato Nacional das Indústrias de Materiais de Defesa (SIMDE), realizada em 06/10. O evento, que reuniu líderes e especialistas do setor, foi palco para a apresentação do propósito e atuação estratégica da ALADA no fomento à Indústria Aeroespacial Nacional, conduzida pelo Presidente da Empresa, Tenente-Brigadeiro do Ar Sergio Roberto de Almeida.
O Diretor Titular do DESEG da FIESP, Carlos Erane de AguiaCarlos Erane, iniciou a reunião dando as boas-vindas e enfatizando a relevância do encontro para a integração entre a indústria, o governo e as Forças Armadas. A criação da ALADA, segundo ele, simboliza a continuação de uma vocação da Força Aérea Brasileira (FAB) que, historicamente, contribui com os avanços científico e tecnológico nacionais, unindo inovação, soberania e desenvolvimento industrial.
Durante a apresentação "ALADA: Projetos e Atuação Estratégica no Desenvolvimento do Setor Aeroespacial Brasileiro", o Presidente da ALADA elucidou o propósito e o modelo de negócio, destacando seu papel como um catalisador fundamental para o setor aeroespacial do Brasil. A ALADA surge como uma resposta inovadora, unindo a força do Estado à eficiência do setor privado, visando a exploração econômica da infraestrutura tecnológica da União, bem como o desenvolvimento de projetos aeroespaciais complexos e integradores.
Um Novo Modelo de Negócio para o Futuro Aeroespacial
O Presidente da ALADA detalhou, ainda, o novo modelo de negócio da empresa, que visa superar as limitações dos contratos baseados em preço de custo e pagamentos via Guia de Recolhimento da União (GRU), historicamente marcados por processos trabalhosos, baixa disponibilidade de meios e sem retorno direto de investimentos para as infraestruturas exploradas. O modelo proposto pela ALADA adota uma prática comercial baseada em preços de mercado, gerando novas fontes de receita e possibilitando investimentos na estrutura em um ciclo virtuoso, que se retroalimenta. Este avanço permitirá à ALADA não apenas desonerar o orçamento fiscal através da atração de capital privado, mas também reinvestir na infraestrutura, garantindo a soberania tecnológica em áreas estratégicas para o Brasil. A captação de recursos e a contratação da indústria nacional são elementos centrais deste modelo, visando o desenvolvimento e a integração de todos os stakeholders envolvidos. A apresentação se aprofundou nos três eixos estratégicos que nortearão a atuação da ALADA, cada um com o objetivo de posicionar o Brasil como um player relevante no mercado global aeroespacial.
Eixos estratégicos
A ALADA assume a exploração comercial dos centros de lançamento brasileiros, como o Centro de Lançamento da Barreira do Inferno (CLBI) e o Centro de Lançamento de Alcântara (CLA). Estes centros, geograficamente privilegiados pela sua proximidade com a linha do Equador, histórico operacional oferecem vantagens competitivas inigualáveis para lançamentos seguros e eficientes.
O Presidente ressaltou que a localização estratégica dos centros brasileiros permite alcançar uma ampla gama de planos orbitais, dando acesso a 99% das órbitas comerciais a partir do CLA e 60% a partir do CLBI. Essa amplitude, invejável quando comparada com outros centros de lançamento é possível não apenas pela proximidade com a linha do Equador, mas também por uma soma de vantagens como áreas de segurança voltadas para o mar, ausência de ameaças naturais comuns em outras regiões, como terremotos, atividades vulcânicas, tornados/furacões, baixa interferência no tráfego aéreo e estabilidade geopolítica da região.
Diretoria Executiva da Alada na Embaixada da Coreia do Sul
Adicionalmente ao Serviço de Lançamentos Espaciais, a ALADA se propõe a atuar no gerenciando projetos aeroespaciais complexos que envolvem a captação de clientes, parceiros e recursos. O objetivo é garantir a execução continuada de projetos que demandam o engajamento de um ecossistema de empresas e fornecedores nas áreas aeronáutica, tecnológica e espacial.
Além disso, a ALADA irá comercializar produtos aeroespaciais e serviços técnicos especializados, oferecendo à indústria acesso à infraestrutura tecnológica da União, incluindo laboratórios de pesquisa de renome como os do Departamento de Ciência e Tecnologia Aeroespacial (DCTA) e do Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (INPE).
Crescimento responsável
Além das razões que motivaram a criação da Empresa e de suas atividades, a palestra tratou do que o Presidente considera uma estratégia de “crescimento responsável” ao abordar o plano de pessoal da ALADA. O planejamento de crescimento gradual da equipe, inicia com apenas 35% das chefias no seu ano de criação, chegando a 82% no seu quinto ano de operação. Essa abordagem visa garantir a sustentação econômico-financeira da empresa, equilibrando despesas conhecidas com a estimativa de receitas provenientes da prospecção de mercado. O objetivo é que o aumento nas receitas acelere o processo de contratação, gerando impactos positivos no lucro líquido, lucro operacional e fluxo de caixa da empresa.
Ao final de sua apresentação, o Presidente da ALADA ressaltou o propósito da empresa de ser uma entidade facilitadora, uma "ponte entre o setor privado e a infraestrutura tecnológica da União", garantindo que empresas privadas possam utilizar de forma segura e eficiente os ativos disponíveis. A reunião foi encerrada com uma sessão de perguntas e respostas, proporcionando um valioso intercâmbio de ideias entre a ALADA e os representantes da indústria, consolidando a parceria para o futuro do setor aeroespacial brasileiro.
Fotos: ALADA
